terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PATAXÓS VÃO AO STF

Cacique Akanawã diz que só restam 12 propriedades com os fazendeiros
Índios pataxó hã-hã-hãe de Pau Brasil e Itaju do Colônia terão encontro nesta quarta-feira, 29, em Brasília, com a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir o litígio que travam com fazendeiros da região. A ministra é relatora do processo de nulidade de títulos concedidos a fazendeiros, uma ação que aguarda julgamento há três décadas.
De acordo com matéria de Joá Souza para o jornal A Tarde, a audiência no STF foi agendada pelos representantes dos índios, num encontro com o secretário de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos. A reunião ocorreu no sábado, 25, no escritório da Funai em Ilhéus.
Os índios já ocuparam mais de 40 fazendas na região, onde o clima de tensão se instalou. Policiais Federais e homens da Cipe Cacaueira, grupo especializado da Polícia Militar, estão em Itaju do Colônia para evitar um confronto entre pataxós e fazendeiros.
O cacique Akanawã, que, juntamente com cerca de 20 lideranças indígenas, esteve sábado com o representante do Governo Federal, afirmou que levará à ministra do STF “documentos e fotos provando que, em posse dos fazendeiros, só restam 12 fazendas localizadas na região de Rio Pardo”. Segundo ele, “as demais já foram retomadas pelos índios”.

Jagunços bloqueiam estrada e liderança Pataxó Hã-Hã-Hãe morre sem assistência médica



Cerca de 500 índios da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe ocuparam 46 fazendas
Cerca de 500 índios da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe ocuparam 46 fazendas
Morreu na manhã desta quinta-feira (23) a liderança Pataxó Hã-Hã-Hãe José Muniz de Andrade, 40. O indígena estava em área recentemente retomada na região das Alegrias, município de Itajú do Colônia, quando começou a sentir dores no peito e estômago. Um carro foi enviado para prestar socorro, mas impedido de acessar a retomada para prestar socorro a José Muniz.
Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Polícia Federal (PF) se dirigiram ao local para encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) de Itabuna (BA). Quando chegaram à estrada de acesso ao local da retomada foram surpreendidos por jagunços armados, além de paus e pedras impedindo a passagem dos veículos.
“Tudo indica que tenha sido enfarte a causa da morte. No entanto, está claro que os jagunços impediram a passagem para o atendimento médico”, declara o chefe da Coordenação Técnica da Funai local, com sede no município de Pau Brasil, Wilson Jesus. O servidor da Funai ressalta que a tensão está concentrada na região das Alegrias.
A morte causou revolta na comunidade e deixou ainda mais tensa a conturbada relação entre jagunços – contratados para expulsar os indígenas das terras retomadas – e os Pataxó Hã-Hã-Hãe. A PF requisitou reforços e espera autorização do Ministério da Justiça para permanecer nas áreas de conflitos de forma permanente.
“Os fazendeiros são organizados em toda a região e sempre atacam os indígenas quando ocorrem as retomadas de terras de ocupação tradicional, mas os Pataxó Hã-Hã-Hãe resistem”, explica o servidor da Funai.
Mais três retomadas
Nesta quinta-feira mais três áreas de ocupação tradicional foram retomadas e totalizam 48 desde o dia 1° de janeiro deste ano, quando os Pataxó Hã-Hã-Hãe iniciaram uma série de retomadas de terras que aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) há 30 anos. A Ação Cível Originária (ACO) 312 pede que os títulos das propriedades rurais sejam considerados nulos.
Em 2008, Eros Grau, relator do processo, recebeu os indígenas e seu voto foi pela nulidade dos títulos. Hoje está aposentado do STF, mas tanto o voto como a relatoria não perdem a validade. Segue na votação, conforme a pauta, a ministra Carmem Lúcia. Em setembro de 2011, a votação foi adiada por duas vezes.
Conforme relatou o ex-ministro, a perícia antropológica demonstrou a existência permanente de índios na região desde 1651, “o que atesta a identidade do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, bem como a ligação de seus integrantes à terra, que lhes foi usurpada”, de acordo com o texto.
O relatório de Eros Grau salienta ainda que o argumento de que não é necessária a prova de que as terras foram de fato transferidas pelo Estado da Bahia à União ou aos índios, “ao fundamento de que disputa por terra indígena entre quem quer que seja e índios consubstancia, no Brasil, algo juridicamente impossível”. Considera, assim, que títulos oriundos de aquisição a non domino (aquilo que não é proveniente do dono) são nulos.
Nenhum fazendeiro mais
As três retomadas desta quinta ocorreram na região de Mundo Novo, dentro do município de Pau Brasil. As demais se estendem aos municípios de Itajú do Colônia e região de Jacareci, município de Camacã. Todos os latifundiários foram retirados das terras e mais nenhum permanece nas terras tradicionalmente comprovadas como indígenas, conforme informações da Funai, exceto na área do rio Pardo.

URGENTE: Cacique Raoni e Indíos Kayapós sob ataque!




Cacique Raoni
Uma crise alarmante eclodiu na semana passada em Kapot Nhinore – território ancestral do povo Kayapó na Bacia do Rio Xingu, localizado no estado brasileiro de Mato Grosso – berço do lendário Cacique Raoni.
Madeireiros e posseiros ilegais enviaram pistoleiros para intimidar as comunidades Kayapó e Juruna, na tentativa de invadir suas terras. No entanto, ao invés de se intimidarem, guerreiros kayapós se reuniram armados em um vilarejo próximo de onde os pistoleiros se encontram, aumentando a possiblidade de um confronto e derramamento de sangue. Porém, o lendário cacique Raoni e seu povo querem evitar um confronto violento a todo o custo. Para isso, o cacique Raoni pede o apoio de pessoas no mundo todo a fim de pressionar o governo brasileiro a respeitar os direitos indígenas, bem como proteger suas terras.

territôrio do Kayapo

Há vários anos, Marcio Meira, presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), vem assegurando aos kayapós que Kapot Nhinore seria demarcado como território indígena, infelizmente até então sua promessa não foi cumprida e ameaças ao território persistem, incluindo invasões de terra, pesca ilegal e atividades madeireiras. Para piorar a situação, iniciou-se uma repressão autorizada pela administração pública: relatos recentes têm revelado que, ao invés de desarmar os pistoleiros, policiais locais espancaram dois indíos jurunas que se manifestavam pacificamente contra a invasão de suas terras, antes dos agentes policiais serem expulsos pelos guerreiros kayapós.
Estes trágicos acontecimentos seguem um padrão alarmante e crescente de violação aos direitos dos povos indígenas, incentivos pelo governo brasileiro, tais como a decisão ilegal e autoritária de prosseguir com a desastrosa barragem de Belo Monte no rio Xingu. De maneira determinada, os indíos kayapós optaram por defender seus direitos e suas terras, mas para isso eles precisam de seu apoio imediatamente.
Tome uma atitude agora! Envie uma carta ao presidente da FUNAI, Marcio Meira, exigindo uma atitude imediata para restaurar a ordem nas terras indígenas, bem como para que ele honre com sua promessa de demarcar o território Kapot Nhinore!
A ameaça a Kapot Nhinore não é somente uma afronta à integridade das florestas e rios preservados pelos kayapós, mas também é uma afronta à sua sobrevivência física e cultural. Terra é vida, e a perda dessas terras será causa fundamental para a desintegração cultural dos povos indígenas ali localizado.

Aerial view of Kayapo territory in the Amazon. © Cristina Mittermeier/ International League of Conservation Photographers (iCLP).
© Cristina Mittermeier/ International League of Conservation Photographers (iCLP).
Há vários anos, Marcio Meira, presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), vem assegurando aos kayapós que Kapot Nhinore seria demarcado como território indígena, infelizmente até então sua promessa não foi cumprida e ameaças ao território persistem, incluindo invasões de terra, pesca ilegal e atividades madeireiras. Para piorar a situação, iniciou-se uma repressão autorizada pela administração pública: relatos recentes têm revelado que, ao invés de desarmar os pistoleiros, policiais locais espancaram dois indíos jurunas que se manifestavam pacificamente contra a invasão de suas terras, antes dos agentes policiais serem expulsos pelos guerreiros kayapós.
Estes trágicos acontecimentos seguem um padrão alarmante e crescente de violação aos direitos dos povos indígenas, incentivos pelo governo brasileiro, tais como a decisão ilegal e autoritária de prosseguir com a desastrosa barragem de Belo Monte no rio Xingu. De maneira determinada, os indíos kayapós optaram por defender seus direitos e suas terras, mas para isso eles precisam de seu apoio imediatamente.
Tome uma atitude agora! Envie uma carta ao presidente da FUNAI, Marcio Meira, exigindo uma atitude imediata para restaurar a ordem nas terras indígenas, bem como para que ele honre com sua promessa de demarcar o território Kapot Nhinore!
A ameaça a Kapot Nhinore não é somente uma afronta à integridade das florestas e rios preservados pelos kayapós, mas também é uma afronta à sua sobrevivência física e cultural. Terra é vida, e a perda dessas terras será causa fundamental para a desintegração cultural dos povos indígenas ali localizado.

MS: governo prorroga policiamento em terras indígenas




Violência preocupa lideranças indígenas de Dourados, MS
Violência preocupa lideranças indígenas de Dourados, MS
O Ministério da Justiça autorizou, por mais 90 dias, a permanência de homens da Força Nacional de Segurança Pública em Mato Grosso do Sul, em apoio ao trabalho da Polícia Federal (PF) em terras indígenas no Estado. Assinada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a portaria que autoriza a prorrogação está na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União.
A medida atende a pedido do Departamento de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF. A alegação é a necessidade de garantir a ordem pública em terras indígenas no Estado, especialmente no município de Dourados, onde a Força Nacional vem trabalhando para reduzir os índices de violência contra a comunidade indígena.
O Diário Oficial publicou também portaria assinada pelo ministro da Justiça garantindo a permanência da Força Nacional de Segurança Pública em Goiás, em apoio à Secretaria de Segurança e Justiça. O contingente tem atuado no policiamento ostensivo e no apoio à Polícia Judiciária no Entorno do Distrito Federal, em cidades onde há altos índices de criminalidade.
O Ministério da Justiça autorizou ainda a participação do Grupamento de Busca e Salvamento da Força Nacional em ações nas áreas atingidas pelas enchentes que castigam o Estado do Acre. A medida atende a pedido feito pelo governo do estado para que o grupamento permaneça no estado, inicialmente durante 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. O número de profissionais que vão trabalhar obedecerá ao planejamento definido pelos entes envolvidos na operação.
O suporte logístico para o desempenho da missão ficará sob a responsabilidade do governo do Acre, de acordo com portaria publicada no Diário Oficial. Os homens da Força Nacional já estão atuando no Estado.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ativistas brasileiros assassinados no Pará serão homenageados pela ONU José Cláudio Riberio e Maria do Espírito Santo morreram em maio de 2011. Diretor do Greenpeace recebeu prêmio 'Herói da Floresta'.



Casal de ambientalistas foi morto a tiros em estrada no Pará (Foto: Divulgação/Arquivo CNS)Casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro
e Maria do Espírito Santo (Foto:
Divulgação/Arquivo CNS)
O casal de ativistas brasileiros José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, assassinado no Pará em maio de 2011, receberá um título especial póstumo das Nações Unidas nesta quinta-feira (9), em Nova York.
No mesmo evento, o diretor do Greenpeace para a Amazônia, o brasileiro Paulo Adario, receberá o prêmio "Herói da Floresta" na América Latina e Caribe.
É a primeira vez que a ONU confere o prêmio, em reconhecimento à contribuição para a preservação da floresta. Ele será entregue na cerimônia de encerramento do "Ano Internacional das Florestas", comemorado em 2011.
Além de Adario, a ONU nomeou "heróis da floresta" na África, Europa, Ásia e América do Norte, depois de receber 90 indicações, de 41 países. Os escolhidos foram Paul Nzegha Mzeka, de Camerões, Shigeatsu Hatakeyama, do Japão, Anatoly Lebedev, da Rússia, e Rhiannon Tomtishen e Madison Vorva, dos Estados Unidos.
Segundo a ONU, o Ano Internacional das Florestas oferece a oportunidade de celebrar os esforços de "inúmeros indivíduos ao redor do mundo que dedicam suas vidas para ajudar florestas de formas silenciosas e heroicas".
José Cláudio e Maria do Espírito Santo
O casal foi morto a tiros quando estava em uma motocicleta na estrada de acesso ao assentamento Praialta Piranhanheira, em Nova Ipixuna. Em setembro, dois suspeitos foram presos.
O crime foi notícia na imprensa internacional. No jornal britânico 'The Guardian', o Brasil foi criticado por 'proteger árvores, mas não pessoas'.
Desde 1995, Paulo Adario realiza expedições de pesquisa e documentação na Amazônia (Foto: Divulgação / Greenpeace)Desde 1995, Paulo Adario realiza expedições de
pesquisa e documentação na Amazônia (Foto:
Divulgação / Greenpeace)
Paulo Adario"Devo confessar que [o título] é um pouco embaraçoso já que vem com um título inspirador, 'Herói da Floresta'. Devemos admitir que ele traz um reconhecimento pela ONU de que as florestas ainda estão em grante perigo e que é preciso lutar pela sua proteção. O reconhecimento vai atrair atenção internacional para proteção da Amazônia", afirmou Adario, de Nova York.
Entre as contribuições de Adario para a floresta, as Nações Unidas citam a "assistência para a demarcação e proteção das terras dos índios Deni" e "a liderança em campanhas de preservação da Amazônia, com atividades que vão desde reuniões com representantes da indústria madeireira até expedições dentro da Amazônia". Concorreram com Adario o jornalista brasileiro Felipe Milanez e a educadora equatoriana Monica Hinojosa.
Paulo Adario é um dos fundadores do Greenpeace no Brasil. Desde 1992, realiza expedições para a Amazônia e, em 1998, ajudou a estabelecer o escritório do grupo ambiental em Manaus. Desde 2001, coordena a Campanha Amazônia, considerada uma das maiores do Greenpeace no mundo.
Segundo Adario, o título de "Herói da Floresta" não diminui a preocupação quando ao futuro das florestas, "vítimas da expansão descontrolada do agronegócio, da exploração ilegal e predatória de madeira e demais recursos naturais". Quanto à situação das matas no Brasil, ele se diz preocupado com a "política contraditória do governo brasileiro".
"Enquanto no exterior o Brasil vende uma imagem de defensor da Amazônia, ajudado pelo fato de que o desmatamento vem caindo nos últimos anos, na prática, várias medidas caminham na contramão desse esforço (...) Áreas protegidas estão sendo reduzidas pelo governo Dilma, grandes projetos de infraestrutura estão atropelando a região e a presidente da República está se omitindo na discussão sobre o enfraquecimento do Código Florestal, gestado pelos ruralistas no Congresso Nacional”, considerou ele, em material de divulgação do Greenpeace.
O trabalho de Paulo Adario envolveu denúncias contra madeireiras ilegais (Foto: Greenpeace/Daniel Beltra)O trabalho de Paulo Adario envolveu denúncias contra madeireiras ilegais (Foto: Greenpeace/Daniel Beltra)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Farc anunciam libertação de 10 reféns e fim dos sequestros de civis Grupo aceitou também que Brasil forneça logística para a libertação. Forças são maior e mais antigo grupo guerrilheiro do país.



A guerrilha colombiana das Farc anunciou que libertará 10 reféns, quatro a mais do que havia se comprometido a deixar em liberdade em dezembro, e afirmou que renuncia ao sequestro de civis, segundo um comunicado divulgado neste domingo (26) em seu site.
"Queremos comunicar nossa decisão de somar à anunciada libertação dos seis prisioneiros de guerra a dos quatro restantes em nosso poder", indicou o comunicado, assinado pelo Secretariado (comando central) das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
O maior e mais antigo grupo guerrilheiro do país, com mais de 47 anos de existência e cerca de 9.000 combatentes, anunciou também que não sequestrará mais civis como forma de financiar economicamente suas atividades. "Muito se falou a respeito dos sequestros de pessoas, homens ou mulheres civis, que com fins financeiros nós das Farc efetuamos para apoiar nossa luta. (...) Anunciamos também a partir desta data o fim da prática deles em nossa atuação revolucionária", ressaltou o documento. "É hora de começar a esclarecer quem e com que propósitos sequestram hoje na Colômbia", acrescentou.
No comunicado, as Farc aceitaram também que o governo brasileiro forneça a logística para a libertação dos dez reféns, como já ocorreu em ocasiões anteriores.
Policiais colombianos seguram imagens de colegas sequestrados pelas Farc em protesto no dia 23 de fevereiro, em Bogotá (Foto: Fernando Vergara)Policiais colombianos seguram imagens de colegas sequestrados pelas Farc em protesto no dia 23 de fevereiro, em Bogotá
No final de dezembro passado, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia anunciaram a sua intenção de libertar seis membros das forças de segurança de um grupo de pelo menos dez que mantinham em seu poder há mais de 12 anos.
No entanto, essa libertação foi adiada inicialmente porque, segundo as Farc, a área onde seria realizada estava cercada por militares. Além disso, ressaltaram que estavam à espera de que o governo aceitasse a participação de um país que fornecesse a logística necessária.
Há duas semanas o presidente Juan Manuel Santos anunciou que o Brasil havia sido autorizado a colaborar na libertação dos membros da força pública, cinco policiais e um militar. No dia 16 de fevereiro, o governo brasileiro anunciou que aceitava colaborar com a libertação.
Insuficiente
Juan Manuel Santos avaliou neste domingo como positivo o anúncio da guerrilha, mas advertiu que não é suficiente, segundo uma mensagem em sua conta do Twitter. "Consideramos o anúncio das Farc de renunciar ao sequestro como um passo importante e necessário, mas não é suficiente na direção correta", ressalta a mensagem presidencial.
Santos manifestou sua alegria pelos reféns e por suas famílias, e garantiu que o governo dará as garantias necessárias para a libertação "sem circo midiático". "Estamos muito felizes por eles e pelos 10 sequestrados que vão libertar e por suas famílias. O governo dará garantias sem circo midiático", indicou no Twitter.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Plantas 'avisam' umas às outras sobre ataques

Plantas 'avisam' umas às outras sobre ataques
"BBC"
Cientistas parecem ter flagrado aquela que pode ser uma prova de que as plantas se 'comunicam' entre si.
Por meio de câmeras e equipamentos especiais, eles chegaram à conclusão de que quando atacadas, algumas plantas liberam um gás invisível, que serviria para alertar as outras sobre o risco.
Os cientistas da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, acreditam que o experimento mostra parte de um sistema complexo de comunicação entre os vegetais.
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Para que serve o Estado? O Estado, as pessoas e a Reforma Agrária. Para que serve o Estado?



Quando se fala em sem terra ou em movimento sem terra, vem logo a nossa mente, um bando de pessoas, vestidas de vermelho, com enxadas e foices nas mãos e barracas de plásticos de lona pretos. Essa é a imagem que as mídias passam para nós. Mas a verdade, não interessa mostrar!

O ocorrido em Corumbiara, Estado de Rondônia em 1995, mais conhecido como MASSACRE DE CORUMBIARA, onde 11 trabalhadores do campo foram mortos, acusados de serem invasores de terras, a mídia vendeu que era um bando de baderneiros, que invade e destrói o que é dos outros.

Mas a verdade é outra! O MASSACRE DE CORUMBIARA foi planejado pelos fazendeiros do Estado de Rondônia e o julgamento foi uma verdadeira farsa. Os policiais que foram condenados tiveram direito a mais um julgamento e foram absolvidos. Já os camponeses, foram condenados e sem direito a um novo julgamento.

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) prontamente acionou a OEA (Organização dos Estados Americanos) para que interviesse no caso. A apuração da OEA mostrou que houve falhas gravíssimas nas investigações feitas exclusivamente pela polícia de Rondônia.

O governo Brasileiro até hoje está com o Relatório da OEA engavetado. Esse relatório indica e solicita uma nova investigação sobre o caso do MASSACRE DE CORUMBIARA, nada mais.

O Comitê Nacional em Defesa dos Camponeses buscou vários entendimentos para saber do Governo, o porquê nada fez sobre o relatório da OEA e até agora não obtivemos respostas!

Restou-nos procurar por parlamentares que pudesse ajudar. Foi protocolado na Câmara dos Deputados um PEDIDO DE ANISTIA POLÍTICA AOS TRABALHADORES CAMPONESES DE CORUMBIARA, projeto de número 2000/2011, que tramita na Câmara dos Deputados.

Essa foi o único caminho que encontramos para chamar a atenção da sociedade e buscar uma solução para o caso. Portanto, precisamos da sua ajuda!!!

Protestamos contra a violação de direitos humanos na reintegração de posse ocorrida em 22 de janeiro no terreno que abrigava a comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos.

 Além disso, ressaltamos que todo esse sofrimento poderia ter sido evitado,
Dado que a União tinha interesse na desapropriação do terreno para uso social. Entretanto, os
Governos do município de São José dos Campos e do Estado de São Paulo atropelaram as
Negociações em curso, impossibilitando a implantação de políticas públicas de habitação na
Região.
Neste sentido, somos solidários à luta dos moradores de Pinheirinho em suas reivindicações pelo
Direito à moradia digna, entendendo que a violência policial empreendida contra essas pessoas
Representa um ataque aos direitos humanos.

Para maiores informações, temos alguns Blogs e páginas de internet que vocês podem acessar e saber que estamos falando para vocês. Ajude-nos, ajude o Brasil a corrigir este crime contra os trabalhadores do campo.











Atenciosamente, 

Padre Leo Dolan 

Gonçala Maria Clemente 

--
                      

               Nunca se esqueçam que ja nascemos todos mortos, portanto meus
             camaradas, lutamos no tempo e vivemos na eternidade.Adelino ramos

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Faleceu pela manhã desta segunda-feira (13), Dom Ladislau Biernaski, Bispo de São José dos Pinhais, Paraná.

MORRE O BISPO DA REFORMA AGRÁRIA Faleceu Dom Ladislau, Bisbo de São José dos Pinhais (PR) e presidente da CPT Da Página do MST13 de fevereiro de 2012



Dom Ladislau foi durante muitos anos bispo auxiliar de Curitiba, e em 2006 foi nomeado o primeiro bispo da recém formada Diocese de São José dos Pianhais, na região metropolitana de Curitiba.
Dom  Ladislau sempre foi um animador das Pastorais Sociais. Atuante na Comissão Pastoral da Terra (CPT), foi eleito seu presidente nacional em 2009.
Mais do que cargos em funções, Dom Ladislau era uma pessoa muito sábia, humilde e simples que gostava de conviver com os pobres e em especial com os camponeses.
Sempre apoiou a Reforma Agrária e o MST no Paraná e em todo Brasil.
Nos deixa aos 73 anos de uma vida comprometida com a verdade e a justiça. Um bispo filho de camponeses migrantes poloneses, que se preocupava com a soberania alimentar, com a agroecologia. Era um semeador de ideias e de exemplos de vida, a serviço dos camponeses.

 
Grande Dom Ladislau, foi um verdadeiro pastor!
Secretaria Nacional do MST


Tirado de: http://www.mst.org.br/Faleceu-Dom-Ladislau-Bisbo-de-Sao-Jose-dos-Pinhais-PR-e-presidente-da-CPT


Jelson Oliveira*

Dom Ladislau Biernaski era desses homens apaixonados pela terra. Mãos calejadas e unhas turvas, seu grande orgulho era mostrar a horta que mantinha no quintal de sua residência simples na cidade na qual viveu por muitos anos e da qual foi bispo nos últimos cinco, São José dos Pinhais. Essa paixão pela terra, herdada da família de imigrantes poloneses, fez com que ele transformasse a terra também numa causa evangélica e política. Por ela frequentou acampamentos e assentamentos em nome da Igreja. Muitas vezes deixou mitras e cátedras e foi à praça do povo para celebrar esse compromisso profético com a justiça. À frente da Comissão Pastoral da Terra em nível estadual e nacional, e das demais pastorais sociais que acompanhou, Dom Ladislau foi um amigo e companheiro. Soube como ninguém entender e explicar a missão pastoral da Igreja dos pobres e por esta clarividência, participou de inúmeras mobilizações da luta dos pobres paranaenses no campo e na cidade.
Na missa de sua posse, em março de 2007, na nova Diocese, o bispo do povo declarou que  "no âmbito da justiça é que se louva a Deus". Foi essa certeza que o alimentou em tantos anos de vida e de sacerdócio. Foi ela que o fez recusar os sacrifícios inocentes ofertados a Deus com o sangue dos trabalhadores e trabalhadoras. Talvez por isso, sua comovente simplicidade não o tornou perfeito como homem, mas o fez buscar a justiça como norma. Carregou suas cruzes e sangrou suas próprias feridas. Em seus olhos inquietos e miúdos sempre pudemos encontrar aquela inquietude de um ser inacabado. Teve seus erros, seus dramas e suas noites insones, depois das quais, louvava a Deus com um farto café da manhã na mesa central de sua sala, para o qual muitas vezes contava com a companhia de amigos e companheiros de luta. Partilhou o pão, a paixão e os estorvos da luta.
Seu lugar era à mesa dos pobres, como esperança, e às tribunas dos poderes e das mídias, como advertência. Ouviu com paciência. Amou com radicalidade. Falou com admirável coragem das causas mais difíceis, cujas feridas ainda sangram na geografia da nação. Foi padrinho incansável da campanha pelo módulo máximo para a propriedade da terra no Brasil. Chorou a morte de tantos trabalhadores sem terra país afora. Denunciou o trabalho escravo. Rezou por suas viúvas e abençoou seus filhos. Acreditou incansavelmente na agroecologia, na produção sustentável, no respeito ambiental e no comércio justo. Defendeu a agricultura camponesa com o entusiasmo que trouxe do berço. Caminhou em romarias e marchas. Deu entrevistas. Falou do Evangelho com a cativante palavra da esperança e da vida com a evangélica força do testemunho.
Como tantos outros, Dom Ladislau morreu hoje sem que sua utopia se realizasse. Mas dizem que a melhor forma de homenagear uma vida que se foi é dar continuidade aos seus projetos. Essa é a forma como eu e você devemos lembrar este homem cujo testemunho é, de tão raro, inesquecível; e de tão simples, profético. Nossa teimosia será sempre uma forma de homenagem. Sua memória um compromisso com a vida.
*Coordenador do Curso de Filosofia PUC-PR e agente da CPT Paraná

Maiores Informações:
Cristiane Passos (Assessoria de Comunicação da CPT Nacional) – (62) 4008-6406 / 8111-2890

Antônio Canuto (Assessoria de Comunicação da CPT Nacional) – (62) 4008-6412
@cptnacional

Walter Alves/Gazeta do Povo / Transporte coletivo Greve de motoristas e cobradores deixa Curitiba sem ônibus nesta terça

Walter Alves/Gazeta do Povo /  

A greve dos motoristas e cobradores que trabalham nas empresas do transporte público de Curitiba e região metropolitana deixou a cidade sem ônibus na manhã desta terça-feira (14). No Centro, não havia cobradores nas estações tubo ou ônibus circulando por volta das 7h.
Em locais por onde passam diversas linhas como na Praça Rui Barbosa, Terminal Guadalupe, Avenida Cândido de Abreu, Presidente Affonso Camargo e Marechal Deodoro, passageiros aguardavam os ônibus, mas nenhum coletivo realizava o transporte. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), há piquetes nas garagens impedindo os ônibus de saírem das ruas, o que faz com que o mínimo de 30% da frota circulando não seja cumprido.
O curitibano também enfrenta dificuldade de conseguir táxis. No início da manhã desta terça-feira, as principais empresas de rádio táxi da cidade estavam com as linhas telefônicas congestionadas.
A direção do sindicato da categoria estava reunida por volta das 7h50 para definir os rumos da paralisação e de que forma cumprir a determinação de colocar nas ruas pelo menos 30% da frota de ônibus de Curitiba.
Os motoristas e cobradores iniciaram a greve por tempo indeterminado às duas horas da manhã desta terça-feira (14). Após negociações com o sindicato patronal, os funcionários recusaram, em assembleia realizada na Praça Rui Barbosa na noite de segunda-feira (13), a proposta do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). A estimativa do sindicato é que mais de três mil pessoas tenham comparecido à assembleia desta segunda-feira.
De acordo com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, o sindicato patronal que representa a categoria apresentou uma proposta de 7% de aumento total – aproximadamente 1,37% acima das perdas da inflação. Os trabalhadores exigem 40% de aumento. “Essa proposta de 7% é uma vergonha”, classifica Teixeira. Ele garante que a categoria não vai aceitar um reajuste abaixo de 10,3%, valor que, segundo o Sindimoc, foi negociado com os metalúrgicos no estado.
A expectativa é que apenas 30% dos cerca de 1,2 mil ônibus de Curitiba e RMC (360 veículos) circulassem pela cidade, mas o o próprio sindicato já havia sinalizado com a possibilidade de o número não ser cumprido. “Infelizmente não sabemos se será possível respeitar os 30% [de veículos nas ruas] porque não sabemos quanto isso representa”, diz Teixeira. Segundo ele, foi solicitado à Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) o valor exato da frota da capital, mas os números não foram passados.
Segundo o Sindimoc, os trabalhadores foram para os portões das 30 empresas responsáveis pelos coletivos da capital para evitar que os ônibus deixem as garagens. O presidente ainda pediu que o movimento seja pacífico, sem vandalismo e garantiu que continua em negociação com o sindicato patronal.
Além do aumento salarial, os trabalhadores apresentaram uma pauta com mais de 50 reivindicações. Entre as principais estão o reajuste de 18% no vale-alimentação e a mudança da escala de sete dias de trabalho com um de folga para seis de trabalho e um de descanso. O Sindimoc alega que “a categoria é a única que tem uma semana de oito dias”. Eles ainda exigem melhorias nas condições de trabalho, aumento da verba para saúde e treinamentos para os funcionários.
Nesta segunda-feira, os funcionários se reuniram com representantes da Setransp, mas não chegaram a um acordo. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato patronal, não há possibilidade de apresentar uma proposta de aumento real. Os patrões ainda afirmaram que, a pedido do Sindimoc, não poderiam fornecer maiores detalhes sobre as negociações.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

OS AEROPORTOS MAIS PERIGOSOS DO MUNDO !!!!

Matekane Air Strip, Lesoto - A pista de pouso de Matekane, na África, é conhecida como a mais assustadora do mundo. Ela tem 400 metros de comprimento e termina em um precipício de 600 metros de altura. Lesoto é um pequeno país dominado por montanhas e tem poucos espaços planos para aterrissagens e decolagens. O aeroporto é utilizado, principalmente, por instituições filantrópicas que atuam na região.

INJUSTIÇA,- CTB condena desfecho do caso Adelino Ramos O juiz de Direito José Gonçalves da Silva Filho, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Porto Velho, determinou a extinção do processo contra o madeireiro Osias Vicente.

O juiz de Direito José Gonçalves da Silva Filho, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Porto Velho, determinou a extinção do processo contra o madeireiro Osias Vicente, 40, acusado de matar o líder camponês Dinho do MCC, em maio do ano passado.

Osias foi morto a tiros há 3 semanas por desconhecidos quando trabalhava em uma oficina no distrito de Vista Alegre do Abunã (a 150 quilômetros de Porto Velho), mesma localidade onde ele matou Dinho do MCC. Osias saiu a cadeia uma semana antes de ser morto.



Segundo Parecer do Ministério Público de Rondônia, houve prescrição do crime devido a morte do acusado, e não há outra medida a ser tomada senão pedir a extinção da punibilidade do madeireiro.

SENSAÇÃO DE INJUSTIÇA

O presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Francisco Batista Pantera, visivelmente frustrado, disse que “Adelino Ramos foi assassinado duas vezes: a primeira, quando foi morto brutalmente; a segunda, quando a Justiça resolveu arquivar o processo contra o pistoleiro que o matou”. Para Pantera, ao soltar o acusado alegando falta de provas, a Justiça pré-determinou o desfecho sem um final esclarecedor. Segundo o dirigente da entidade trabalhista, tanto para a sociedade, quanto para a família de Adelino (Dinho) – mesmo com a morte do acusado –, fica a sensação maior de impunidade. Adelino Ramos era Secretário de Assuntos Agrários da CTB Rondônia e foi um dos fundadores da CTB Nacional. No último dia 9 de dezembro, o juiz José Gonçalves da Silva Filho opinou que Osias já havia passado seis meses na prisão sem que fosse concluída a instrução criminal, ou seja, o encaminhamento das evidências contra o réu, e por isso deveria ser solto, sem que houvesse risco para as testemunhas.

“Não há indícios de que o réu pretenda se furtar à persecução criminal, nem que a instrução seja de qualquer forma ameaçada”, anotou Silva Filho em sua decisão.

Veja abaixo a decisão que determinou o arquivamento do processo contra o matador de Adelino:

Proc.: 0007479-27. 2011. 8. 22. 0501
Ação: Ação Penal de Competência do Júri (Réu Preso)
Autor: Ministério Público do Estado de Rondônia
Réu: Osias Vicente
SENTENÇA: VISTOS, etc. No curso do processo, sobreveio a notícia de morte do acusado OSIAS VICENTE, comprovada pela certidão de óbito de fl. 658, tudo consoante prescreve o art. 62 do Código de Processo Penal. O Ministério Público emitiu parecer nos autos e pediu a extinção da punibilidade em virtude da morte do acusado (fl. 659). Em face do exposto e nos termos do art. 107, I, do Código Penal, declaro extinta a punibilidade do acusado OSIAS VICENTE. Feitas as comunicações de praxe, arquive-se. Extraia-se cópia integral dos autos e encaminhe-se à Delegacia de Policia para fins de instruir o Inquérito Policial n. 0010451-67. 2011. 8. 22. 0501.
P. R. I. Porto Velho-RO, quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012.
José Gonçalves da Silva Filho
Juiz de Direito

“Foi assassinado duas vezes. Primeiro, quando tiraram a vida dele. Segunda, quando se arquivou o processo sobre o seu assassinato”.
A própria Polícia disse que foi queima de arquivo. Se foi, é porque o sujeito já tinha ficha criminal corrida. Para o dirigente, o que alimenta a violência no campo é justamente a impunidade. Adelino foi assassinato defendendo o patrimônio do Estado brasileiro. Quando estava no sul do Amazonas, havia um verdadeiro saque de extração ilegal de madeira na região. O próprio Adelino já tinha denunciado as constantes ameaças de morte.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ameaças de morte se intensificam e assentamento do Amazonas corre risco de ficar esvaziado Líder camponês ameaçado de morte diz que retirada de madeiras de Parque Nacional Mapinguari aumentou desde 2011 Manaus, 10 de Fevereiro de 2012 ELAÍZE FARIAS

Assentamento Florestal Curuquetê, em Lábrea (AM)




Assentamento Florestal Curuquetê, em Lábrea (AM), em foto de junho de 2011
(Divulgação/Ibama)


Criado há nove meses, uma semana após o assassinato de sua principal liderança -  o líder camponês Adelino Ramos -, o Projeto de Assentamento Florestal Curuquetê, localizado na região do município de Lábrea, no sul do Amazonas, corre o risco de ficar abandonado e nas mãos de madeireiros ilegais.
O alerta vem do agricultor Marlon Teixeira de Oliveira, 39, que após várias ameaças de morte sofridas desde dezembro de 2011, decidiu fugir para Manaus.
Junto com José Miguel da Rocha, 48, outro agricultor morador de Curuquetê que também vem recebendo ameaças, Oliveira está em Manaus desde a semana passada.
Em entrevista ao portal acritica.com nesta sexta-feira (10), ele disse que já comunicou as ameaças de morte à polícia do município de Humaitá, também no sul do Amazonas, ao Ministério Público Federal, à Ouvidoria Agrária Nacional, à Polícia Federal e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Em Manaus, Oliveira vem recebendo acompanhamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Segundo Oliveira, não é apenas a reserva de madeira do PAF Curuquetê que tem sido alvo dos madeireiros ilegais.
Ele conta que, desde a morte de Adelino Ramos, aumentou a extração de madeira do Parque Nacional Mapinguari, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), devido à falta de fiscalização dos órgãos ambientais. 
O Parna Mapinguari foi criado em 2008 pelo governo federal e está localizado no interflúvio dos rios Purus e Madeira, nos municípios de Lábrea e Canutama, na divisa com Rondônia. A unidade de conservação possui um dos mais ricos ecossistemas da Amazônia
Revolta
Segundo o agricultor, a origem das ameaças vem de pessoas ligadas a Ozias Vicente, o principal suspeito de executar Adelino, e do irmão dele conhecido como Luiz Machado.
No mês passado, após ser solto por meio de um habeas corpus, Ozias Vicente foi assassinado, o que levou a justiça de Rondônia a arquivar o caso, medida que causou indignação e preocupação dos assentados. O processo ficou nas mãos da justiça daquele Estado porque Adelino Ramos foi assassinado em Vista Alegre de Abunã, município de Rondônia, na divisa com o Amazonas.
Para Marta Valéria Cunha, a facilidade de acesso que os madeireiros (também conhecido como toreros, por causa da prática de toras de madeira) possuem para entrar no no assentamento e na unidade de conservação mostra que o poder público continua ausente na região.
“Soubemos que estão tirando madeira tanto do assentamento quanto em Mapinguari. Então com facilidade. Está tudo sem fiscalização. O Estado deveria manter ali uma força tarefa permanece e não apenas realizar ações paliativas”, diz Marta.
Para a agente da CPT, com o esvaziamento do assentamento, não há motivo para que o local continue existindo. “Vamos conversar com o Incra. Ou o governo assume aquilo, ou não faz sentido existir assentamento”, analisou.
De acordo com balanço da CPT no Amazonas, há aproximadamente 49 lideranças camponesas no Estado ameaçados de morte.
Revolta
Marlon Teixeira de Oliveira foi coordenador do Movimento Camponês Corumbiara (MCC) entre 2004 e 2009. Depois de um período afastado devido a ameaças de morte, ele retornou ao local em julho de 2011, após o assassinato de Adelino Ramos, atendendo a um pedido das famílias do PAF Curuquetê.
“Voltei ao assentamento e as ameaças retornaram. A situação ficou pior em dezembro, quando soltaram o Ozias. Soube que ele e o irmão andaram perguntando quem era a nova liderança de Curuquetê e que iam matar, como fizeram como Dinho (apelido de Adelino). Nessa época eles não me conheciam, mas voltando ao acampamento, fui avisado de que eu iria ser assassinado”, contou Oliveira.
Oliveira contou que “vai dar um tempo” em Manaus, mas que pretende retornar ao acampamento para se fazer reuniões com os moradores. “A situação ficou ruim porque agora o local está sem liderança. Muitas famílias estão indo embora. Há apenas 15 famílias agora”, conta.
Marlon Teixeira de Oliveira também se mostra revoltado com o arquivamento das investigações envolvendo a morte de Adelino Ramos. “O cara (Ozias) morre e arquivam o processo? O que eu penso é que a questão dos madeireiros é tipo um tráfico de drogas. Os mandantes sempre ficam de fora da punição. Quem manda matar nunca é punido”, comentou.
O portal acritica.com procurou a assessoria de imprensa do ICBMBio, por email, e aguarda resposta às demandas enviadas sobre a informação acerda do Parna Mapinguari.

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               Nunca se esqueçam que ja nascemos todos mortos, portanto meus
             camaradas, lutamos no tempo e vivemos na eternidade.Adelino ramos

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

REBLOGANDO....Sorvetes e picolés fazem sucesso na capital mais fria do Brasil




Curitibano toma sorvete até se estiver nevando, diz dona de sorveteria.
G1 visitou sorveterias e mostra novidades e tradição em sabores.

Ariane Ducati Do G1 PR
Picolés e sorvetes (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Picolés e sorvetes atraem crianças e adultos. Em Curitiba, há sorveterias que funcionam há mais de 50 anos  (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)

Sorvetes e picolés são muito procurados para refrescar o calor persistente nos meses de verão. Mas em Curitiba, a capital mais fria do Brasil, onde as temperaturas mais baixas estão presentes na maior parte do ano, contraditoriamente, esses produtos fazem sucesso durante o ano todo. “Curitibano é assim, pode estar nevando, estar embaixo das cobertas, mas está chupando sorvete”, comenta a comerciante Ruth Ferreira dos Reis, que saiu de Itaiópolis(SC) para assumir o comando de uma sorveteria na capital paranaense.
Mariema é frenquentadora assídua da Paleteria (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Mariema é frenquentadora assídua da Paleteria
(Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
Sabendo da clientela fiel, as sorveterias da cidade investem em novidades e na tradição de sabores. A última inovação do mercado, em Curitiba e no país, são os picolés artesanais feitos à moda mexicana. Chamados de paleta, os picolés mexicanos têm tamanho maior que os convencionais, muitos pedaços de fruta e podem ser recheados. “É picolé com gosto de fruta mesmo, diferente dos outros. Olha o tamanho! A qualidade é ótima”, diz a aposentada Mariema Kalluf.

A curitibana Elysa Barranco Mendoza, casada com um mexicano, é a idealizadora da Paleteria. Ela contou ao G1 que a ideia do empreendimento surgiu em um comentário ‘a toa’ quando morava em Guadalajara. “Digo que os picolés lá no México são como os brigadeiros de padaria aqui, têm em toda a esquina. Um dia passei por uma paleteria e falei pro meu marido: Isso ia dar muito certo no Brasil. E ele me apoiou”.
Depois disso, levou um ano para o empreendimento ser inaugurado, em abril de 2011. “A abertura foi bem em um mês que já estava frio. As pessoas pensavam que eu era louca de abrir uma loja de picolés mexicanos em Curitiba e chegando o inverno. Mas depois que provaram nosso produto, a aceitação foi outra”, conta Mendoza.
Paleteria (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Ambiente da Paleteria é colorido e objetos lembram
a cultura mexicana (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
A receita importada agradou a todas as idades. A proprietária estima que são vendidas três mil paletas nos fins de semana mais quentes. Ciente de que a aposta no mercado de picolés com um produto original certamente renderia bons frutos, Elysa se antecipou. “Registramos as receitas, a logomarca, a ideia e não encontramos ninguém com proposta parecida”.

No ambiente colorido e agradável, a decoração, as músicas e até o atendente são mexicanos. Ali, o cliente pode escolher entre 17 sabores de picolés de frutas (feitos de fruta natural), entre 19 sabores de picolés de creme, quatro opções de picolés recheados (os mais procurados) e três sabores com bebidas alcoólicas. As paletas de fruta custam R$ 5 e as demais R$ 6.
Segundo a proprietária, o carro chefe é o de morango recheado com leite condensado. Os de tamarindo, pistache e damasco são preferência daqueles que gostam de experimentar. Já as de amarula, caipirinha e tequila tem boa saída pela curiosidade. “Só fiquei triste porque hoje não tinha a de tequila”, riu e comentou Celso, que provou duas paletas em uma visita depois do almoço.
Ele e duas colegas de trabalho aproveitam o intervalo para provar a delícia mexicana. “Não dá pra ficar em uma só”, conta a psicóloga Karina que aprovou a de baunilha com brigadeiro e a de morango com leite condensado.
Para a empreendedora, a variedade de sabores e recheios atrai a clientela a voltar, sempre trazendo mais alguém para conhecer o produto. “Ficamos muito conhecidos pelo boca a boca. Temos diferencial”, relata Mendoza.
As amigas Melissa e Silvana que trouxeram os filhos para a paleteria são prova. “Meu irmão me indicou e agora sempre trago alguém comigo”, disse Melissa.

A previsão é de que a primeira filial da Paleteria seja aberta ainda este mês em Morretes, no litoral do Paraná, e a venda de franquias já é estudada.
Melissa, Maria Luiza, Silvania, Vinícius e Laura saboreiam os picolés mexicanos (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Melissa, Maria Luiza, Silvania, Vinícius e Laura saboreiam os picolés mexicanos (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
Picolé de carrinhoComum nos bairros e cidades pequenas, os carrinhos de picolés também atraem clientes pelas ruas onde passam. João Ribeiro Paulo, de 53 anos, vende sorvetes e picolés no carrinho há 15 anos. “Mas quando tá frio, aí faço outro ‘bico’. De pedreiro, de carregador de fruta do Ceasa...”, entrega o homem que assumiu a profissão do pai.
Seu Roberto  (Foto: Ariane Ducati/ G1 PR)Seu Roberto vende picolé todos os dias no
Zoológico de Curitiba (Foto: Ariane Ducati/ G1 PR)
Sem folga, ele trabalha todos os dias. Enche o carrinho com cerca de 360 picolés e sorvetes e segue para o Zoológico de Curitiba, onde passa o dia todo. “Tem que trabalhar no verão pra garantir o inverno. No verão não tem folga, sábado e domingo, é direto”, conta o vendedor.
Seu João vende o picolé de frutas, que direto na loja custa R$ 0,50, por R$ 1,50. Mesmo cobrando mais de 100% do valor de compra, ele divide o lucro pela metade (R$ 0,75 para cada um). O dinheiro das vendas é repartido todos os dias. “Ao invés do patrão pagar a gente, a gente que paga o patrão”, diz o vendedor.
Mas não se engane, a venda de picolés dia a dia é árdua. “Nos meses de verão, de boas vendas, consigo tirar um salário mínimo”, conta João.
Dona Ruth (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Ruth deixou a profissão de cabeleireira para
assumir o comando de uma sorveteria. Ela
apresenta o Roll Cake, especialidade da casa
(Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
A sorveteria que abastece o carrinho de João, além da fábrica própria, também atende clientes na sede que fica em uma esquina do bairro Sítio Cercado. Negócio de família. Há um ano, Ruth Ferreira dos Reis e os irmãos, cansados de trabalhar como cabeleireiros, saíram do interior de Santa Catarina e assumiram o comércio e, Curitiba.

“Estamos aprendendo. Mas é muito bom, o cliente vem, experimenta os sabores, leva se quiser. Não tem reclamação”, diz Ruth.

A Sorvebel vende picolés de frutas, de creme, cobertos de chocolate (chamados Skimo), copinhos de Sundae e sorvetes de mais de 30 sabores. Na loja, o cliente pode se servir em um buffet ou pedir os sorvetes preparados em taças. O valor varia de R$ 1 a casquinha com uma bola até R$ 6 o elaborado Roll Cake, especialidade da casa.

Ruth conta que a produção é conforme a saída dos sorvetes e picolés, mas nos meses de verão é quase sempre de segunda a sexta-feira. “Nesses dias chegamos a fazer 1,2 mil picolés”, estima. Além do Seu João, outros nove carrinheiros trabalham em pontos fixos ou pelas ruas vendendo os sorvetes da Sorvebel.
Dariane, Ysadora e Samuel experimentam Rool Cake (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Dariane, Ysadora e Samuel experimentam Rool Cake (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
Do palito à casquinhaNa contramão das novidades, duas sorveterias de Curitiba apostam em receitas tradicionais e ‘sabores da infância’. Há 56 anos instalada no mesmo local, na Praça do Redentor, em frente a uma pista de skate e ao lado do Cemitério Municipal, o Sorvetes Gaúcho produz sorvetes sem conservantes ou gordura hidrogenada. São feitos artesanalmente, em conservadas máquinas italianas de décadas passadas. “Nosso sorvete é barato. Falam que é bom e a gente não tem frescura”, conta um dos sócios Airton Luiz Sersur dos Santos.
Sorvetes Gaúcho (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Sorvetes Gaúcho fica no bairro São Francisco
(Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
Na também conhecida como sorveteira do Gaúcho, uma bola do sorvete custa R$ 2,25. “Meu pai ensinou que a bola de sorvete deve ser o preço de um litro de leite. Mas hoje o leite está tão barato...”, entrega Airton.
A sorveteria, hoje tocada por três irmãos, foi inaugurada como bar-mercearia-sorveteria pelo o pai, natural de Itaqui (RS). Por isso o nome do comércio. “Todos chamavam ele de gaúcho e ficou”, disse o filho.
O local que tem mesas e cadeiras de alumínio, também mantém o antigo letreiro de sabores, a caixa registradora e até o porta-casquinhas. Coisa rara de se encontrar, que agrada a adultos e crianças.
Elizabeth prova sorvete de morango no Sorvetes Gaúcho (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Elizabeth prova o sorvete de morango no Sorvetes
Gaúcho (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
Para João Gonçalves, de 60 anos, a ida a sorveteria é costume de longa data. “Comecei a vir aqui com meu pai. Eu era bem novinho, mas mantive a tradição e trago meu filho. Pra ele saber qual é o bom sorvete”, relata.
Um grupo de adolescentes que marcou encontro na sorveteria diz que a escolha também é pela “tranquilidade”. “O lugar é conhecido, tradicional”, conta o estudante do Ensino Médio Leandro Vilas Boas. Já para Elizabeth, de quatro anos, a resposta é mais simples. “Eu gosto daqui sabe por quê? Por causa do sorvete”, conta com sorriso no rosto e uma casquinha de sorvete de morango na mão.
No bairro Água Verde também há uma sorveteria que preza pelo sabor do passado. Desde 1951, A Formiga recebe os clientes no balcão à moda antiga, “procuramos manter as características de antigamente”, relata Evani Frischmann, que comprou o estabelecimento em 1988 em não fez alterações no local e receitas.
Evani comanda A Formiga desde 1988 (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Evani comanda A Formiga desde 1988
(Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
Por isso, a maioria dos sabores vendidos é o mesmo de décadas passadas. “Os mais procurados são os sabores da infância. As pessoas vêm e buscam os sabores: cereja, abacaxi, passas ao rum, flocos, ameixa...”, conta a proprietária. Além disso, o sorvete é leve, também não tem gordura hidrogenada e nem conservantes, "é puro leite, fruta e pouco açúcar". A bola de sorvete é vendida a R$ 3.
Maria de Lurdes e Tâmara Fernandes, mãe e filha, aproveitaram uma tarde de calor para se refrescar e revisitar sabores. Frequentadora da sorveteria há mais de 30 anos, Maria de Lurdes, de 53 anos, sempre trouxe a filha.
Tâmara lembra da infância tomando sorvete na escadinha d'A Formiga (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)Tâmara lembra da infância tomando sorvete na
escadinha d'a Formiga (Foto: Ariane Ducati/G1 PR)
“Tenho lembrança da infância. Lembro que ficava sentada na escadinha de pedra ali da frente tomando o sorvete. A gente brincava e corria. Agora é mais comum ir ao shopping, aqui é diferente”, conta a Tâmara, de 27 anos. Aliás, a escolha da escadinha da sorveteria não é incomum, este é o local preferido dos clientes para desfrutar da sobremesa. Não há fim de semana de sol em Curitiba, que A Formiga não atraia um ‘formigueiro de gente’.
Para Rosa Batista Teixeira, de 64 anos, que há 35 trabalha na produção dos produtos desta sorveteria não há segredos e excesso de açúcar. “Tem que ter amor, fazer o gosta... a receita é a mesma e sempre que termino, provo um pouquinho”, relata com autoridade.
Ao todo, são 30 sabores e mais os sabores de frutas da época, como manga e araçá. Na Formiga há sorvete de guabiroba, queijo com goiabada, banana passa, milho verde, nozes, côco queimado, castanha do pará, pêssego, entre outros. "Tem gente que volta a Curitiba, vem aqui e diz: ainda bem que vocês ainda fazem esse meu sabor favorito, gosto de infância", comenta Evani.

Serviço:
Paleteria
Av. Silva Jardim, 608
(atrás do Shopping Estação)
www.paleteria.com.br

Sorvebel
Rua Cafeara, 185
Bairro: Sítio Cercado
Sorvetes Gaúcho
Praça do Redentor, 13
Bairro: São Francisco
A Formiga
Avenida Iguaçu, 2011
Bairro: Água Verde